Descrição
Cachoeira é uma cidade do Recôncavo Baiano palco do protagonismo na guerra pela Independência da Bahia, casa de muitos terreiros de candomblé, morada de uma população majoritariamente negra. Cheia de histórias, a cidade possui uma forte presença da entidade caboclo em seu cotidiano. A proposta deste artigo é pensar como essa presença do caboclo dentro e fora dos terreiros da cidade nos ajuda a refletir sobre escrita etnográfica. Para tanto, buscarei acompanhar as maneiras como o caboclo aparece nas narrativas da história oficial da Bahia como símbolo nacional, na literatura dos Estudos Afro-brasileiros sobre os candomblés de Salvador e do Recôncavo Baiano como entidade marcada por uma multiplicidade e nas ruas da cidade de Cachoeira como uma presença cotidiana. A ideia, assim, é imprimir ao próprio texto o movimento do caboclo – que prescinde de chamado quando chega, vem da mata e, com sua braveza, dá seus pulos.