Descrição
A problemática deste trabalho gira em torno da figura simbólica do exu. Segundo a cosmologia da religião umbanda transmitida através da tradição oral e de livros nativos e não-nativos, exu representa uma das linhagens de espíritos incorporados por médiuns dessa religião e é representado como uma figura marcada por uma dualidade moral entre o “sagrado” e o “profano”. É conhecido por ser ambíguo, marginal, liminar. É a partir de uma pesquisa etnográfica, segundo o método do trabalho de campo, em festas em comemoração a exu na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro que este trabalho pretende analisar como a relação entre o “sagrado” e o “profano” faz com que as festividades para essas entidades sejam construídas enquanto uma predileção entre médiuns e visitantes dos terreiros em questão. A exemplo disso traremos a experiência de um terreiro em específico onde as festas, são as mais procurados pelo público sendo conhecidas como as festas do “self-service”, festas em que são servidas bebidas e comidas à vontade aos visitantes. As festas do self-service são procuradas como um espaço de contato com o sagrado, entretanto, é também em busca do “profano”, representado na figura do exu, que as pessoas visitam o terreiro.