Descrição
O presente artigo busca colocar em questão a emergência de uma “sociedade da
comunicação” como padrão hegemônico de descrição da cultura contemporânea,
analisando um dos principais efeitos dessa lógica: uma “compulsão à
comunicação” que acaba enfraquecendo o espaço público e a ação política.
Para tanto, oferece uma análise das principais linhas provenientes de tal
fenômeno, cuja intensificação vêm produzindo um apelo quase irresistível à
confissão íntima e a uma suposta auto-reflexividade com pretensa vocação
formadora. O autor traz como aporte teórico-crítico sociólogos da atualidade
ligados a uma tradição crítica da educação e da cultura contemporâneas com os
quais busca pensar possíveis novos modos de sociabilidade e ação política.||The work aims at problematizing the emergence of the “communication
society” as a hegemonic pattern of description of the contemporary culture,
analyzing one of the main effects of this logic: a compulsion to communicate
that impoverishes the public space and the political action. It offers a study of
the chief origin lines for this phenomenon, whose intensification has produced
an almost irresistible appeal for intimate confession and an alleged self-reflexivity,
which is supposed to be formative of vocations. The author is supported by a
theoretical and critical framework from current sociologists, joining in a tradition
that tries to find, with the analysis of contemporary education and culture, new
ways to construct sociability and political action.