Descrição
O objetivo desta monografia é refletir a partir dos pressupostos antropológicos os processos que envolvem a compra e a venda de antiguidades na cidade de Porto Alegre. Para essa empresa, partimos de uma experiência etnográfica junto a um antiquário localizado no chamado “Caminho dos Antiquários”, no Bairro Centro da capital. O investimento nessa experiência foi pensado a partir da hipótese de que haveria um conjunto de valores que distinguiriam a definição do que é um objeto e do que é uma antiguidade. Preocupações guiadas pelo trabalho de Eric Hobsbwan na sua obra A Invenção das Tradições (1984). Para pensar a relação de troca operada na compra e na venda, seguimos as reflexões de Marcel Mauss no seu Ensaio sobre a Dádiva, onde partindo da idéia do hau, o espírito que mantém as relações de troca na sociedade maori, possamos pensar a partir dos espaço dos antiquários, a construção da antiguidade não como previamente definida, e sim como uma categoria que é construída a partir da troca entre o comprador e o vendedor de antiguidade. Ainda provocados pela obra de Mauss, a partir do ensaio As Técnicas do Corpo procuraremos pensar que assim como a expressão do corpo pode revelar uma tradição, a construção da antiguidade também pode revelar alguns aspectos da distinção de classes sociais em Porto Alegre.