Descrição
Este ensaio defende a centralidade da categoria de tempo em Caetés (1933), primeiro romance de Graciliano Ramos. O foco do texto é investigar as relações entre a monotonia de Palmeira dos índios, a subjetividade de João Valério e sua forma de narrar, articulando as esferas da forma e do conteúdo em torno de uma temporalidade supostamente dinâmica, mas efetivamente estática. Dessa investigação surge a hipótese de que Caetés se desenvolve enquanto romance de uma “não-história”, ou melhor, figuração estética de uma conjuntura com formas sociais híbridas, a um só tempo arcaica e moderna.