Descrição
O artigo apresenta uma abordagem da intertextualidade presente nos romances engajados de língua portuguesa publicados a partir da década de 30 do século XX, um diálogo desencadeado por uma afinidade ideológica entre os escritores que se viam como companheiros que estavam numa mesma trincheira, lutando contra a alienação, a violência, a injustiça e a miséria humana, com o objetivo de tornar o mundo um lugar um pouco melhor, tendo como arma a palavra literária. Essa afinidade ideológica levou os romancistas engajados brasileiros e portugueses a uma afinidade estética que resultou na apropriação de temas e técnicas narrativas pelos segundos em relação aos primeiros e, posteriormente, já na segunda metade do século, os escritores africanos de língua portuguesa (angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos) vão se identificar com a literatura produzida pelos modernistas brasileiros e neorrealistas portugueses e vão utilizar as suas formas literárias como modelos para construir uma literatura nacional.