Descrição
O presente artigo constitui um esforço de circunscrição e exploração das principais linhas de caracterização da poesia de Luís Miguel Nava, particularmente a da tematização do corpo. Identificando o traço do fingimento analítico como uma das marcas estilísticas da produção literária do autor, interpreta-se o tratamento da corporalidade em Nava enquanto estratégia de inscrição do e no real, na busca de uma essencialidade de ser. A 'aridez' da linguagem de Nava, concretizada num rigor formal próximo de uma certa pretensão de cientificidade, é conceptualizada, a par da natureza metapoética de alguns dos seus textos, enquanto estratégia de aprofundamento da centração na corporalidade e de obtenção de uma intensificação da experiência de estar no mundo.