Descrição
Neste trabalho, argumento que a invisibilização epistemológica de práticas comunicativas indígenas na contemporaneidade é resultante de estratégias coloniais da “invenção de línguas” fundada em prefigurações identitárias etnolinguísticas. Tais invenções se mostram limitadas para a compreensão da dinamicidade intercultural de povos e indivíduos indígenas e da mobilidade impulsionada pelos processos recentes de globalização. Ilustro como o uso de tecnologias móveis de comunicação tem se tornado um canal produtivo para usos híbridos de recursos semióticos que, por um lado, desestabiliza ideologias monolíngues e prefigurações identitárias e, por outro, se mostra como um potencial meio para a vitalidade das chamadas línguas indígenas. Utilizo, para esta análise, a noção de práticas transidiomáticas, mas apresento críticas quanto ao seu escopo geopolítico. Aponto, finalmente, para a pertinência da categoria tetsualü para a análise de dinâmicas interculturais e de práticas comunicativas híbridas pensada, por sua vez, desde o espaço da diferença colonial.