Descrição
O objetivo deste artigo é analisar estudos e narrativas sobre trauma cultural para entender as características básicas de auto-compreensões conservadoras e reacionárias, que podem ser chamadas de “monopólios do lugar de fala”. Por causa de seu caráter radical, acredito que narrativas de traumas culturais, como a literatura de testemunho e romances gráficos podem dar acesso às principais características desses monopólios e a maneiras de criticá-los. Esses elementos são a inacessibilidade, o deslocamento e a repetição tardia, as quais são então utilizadas neste artigo para analisar literatura de ficção e não-ficção e romances gráficos sobre a dituradura militar Brasil, como “K” de Bernardo Kucisnki (2013) e “Notas de um Tempo Silenciado”, de Robson Vilalba (2014).||The aim of this article is to analyse cultural trauma studies and narratives in order to understand the basic features of conservative and reactionary self-understandings in contemporary societies, which can be called “monopolies of the place of speech”. Because of their extreme and radical character, I believe that cultural trauma narratives, such as testimony literature and graphic novels can give access to the most important traits of these monopolies, and to ways of countering them. These elements are inaccessibility, displacement and belatedness, which are then used to analyse contemporary fiction and non-fiction literature and graphic novels on the Brazilian Dictatorship, such as Bernardo Kucinsky’s K (2013) and others.