Descrição
O trabalho pretende discutir a incidência dos processos de medicalização no dispositivo da sexualidade e realizar uma reflexão crítica acerca da perspectiva naturalista do binarismo dos sexos e dos enunciados performativos (Bento, 2006; Butler, 1999). Para discutirmos a questão da patologização do campo da sexualidade, tomaremos três vetores de problematização como norteadores: as figuras do desviante, do performático e do transexual. Por fim, a partir de uma leitura do feminino como expressão da diferença que faz objeção ao todo universal (Lacan, 1972-72), da aposta na condição de feminilidade que caminha na via contrária da busca pelos artifícios fálicos (Birman, 2013b) e do campo das ambiguidades sexuais (Morel, 2000), poderemos elucidar algumas modalidades de resistência face às estratégias do biopoder, tão classificatórias e performativas.