Descrição
Twenty years ago French historians have turned themselves with an irresistible appetite to the so-called private sources. Until then, personal papers attracted rather literature or art historians who professionally sanctified the laundry lists of great men. Today, the development of cultural history has turned private documents, from exceptional ones, capable of adding some salt to a plain story or to provide (at last!) the key of creation misteries, into ordinary ones, which we try to preserve in the same way as administrative or statistic records. This evolution reveals a major change in historiographical sensibility which some will interpret as a sign of a present "crisis "and others, maybe more clevearly, will see as a change in the relation to history as a scientific discipline, in the relation to time and, more widely, to the observed phenomena.||Há vinte anos atrás, historiadores franceses se voltaram com grande apetite para aquilo que convém chamar de fontes privadas. Até então, os documentos pessoais atraíam principalmente os historiadores da literatura ou da arte, que santificam profissionalmente a "roupa suja" dos grandes homens. Hoje, o desenvolvimento da história cultural e da história das elites tornou as fontes privadas não mais fontes excepcionais capazes de acrescentar um pouco de sal a uma narrativa austera ou de fornecer (enfim!) a chave do mistério da criação, mas uma fonte comum, que se tenta conservar como se conservam as fontes administrativas ou estatísticas. Essa evolução traduz uma mudança fundamental de sensibilidade historiográfica que alguns podem interpretar como um dos sinais de uma "crise" e outros, talvez mais perspicazes, como uma modificação da relação com a história como disciplina científica, com o tempo e, de modo mais geral, com os fenômenos observados. (p. 105-119)