Descrição
Nosso artigo propõe-se a escrutinar os procedimentos empregados na escritura de La préface du nègre [O prefácio do negro] para destacar-se do normativo em matéria de criação literária. K. Daoud, ao escolher formas desestruturadas que respondem ao gosto da fragmentação e da disseminação, produz efetivamente uma obra que inverte os códigos. Do sistema espaço-temporal deslocado à representação “inconformista” de personagens da margem, passando pelo discurso contestador da denúncia, todos os processos usuais participam da confecção de um texto “fora da norma” marcado pelo selo da ruptura em todos os planos: narrativo, linguístico, estrutural, enunciativo e outros. Como ato de linguagem situado em uma isotopia da lacuna, a brutal palavra dissidente submerge o espaço discursivo, gerando, de fato, uma certa violência textual.