Descrição
This paper is an interpretation of the text A hora da estrela, by Clarice Lispector, published in 1977, a few months before the writer's death. In order to read this text, we start from a dialogue between the novel by the Brazilian writer and the book by Georges Didi-Hubeman (2017), entitled When images take positions, in which the French philosopher discusses the centrality of images in order to think about other possibilities to set up private and collective stories. The basic problem that we intend to answer through this hermeneutic exercise is how the Clarician text problematizes the issues related to the friction between literature and image and how the montage/ distancing procedure can be understood in the Clarician universe, particularly in her last work that calls into question a policy of the imagination. In addition to Didi-Huberman, authors such as Hélène Cixous (2017), Solange Ribeiro de Oliveira (2019) and Ricardo Iannace (2013) are invited to the discussion, contributing to highlight the extent to which relations between literature and image can be considered in this ultimate text by Clarice Lispector.||O presente artigo é uma interpretação do texto A hora da estrela, de Clarice Lispector, publicado em 1977, alguns meses antes da morte da escritora. Para efetuarmos a leitura desse texto, partimos de um diálogo entre a novela da escritora brasileira e o livro de Georges Didi-Hubeman (2017) intitulado Quando as imagens tomam posição, no qual o filósofo francês discute a centralidade das imagens para pensarmos outras possibilidades de montarmos as histórias particulares e coletivas. O problema básico que pretendemos responder por meio desse exercício hermenêutico é de que modo o texto clariciano problematiza as questões relacionadas à fricção entre literatura e imagem e como o procedimento de montagem/distanciamento pode ser entendido no universo clariciano, de modo particular nesse último trabalho que coloca em questão uma política da imaginação. Além de Didi-Huberman, autores como Hélène Cixous (2017), Solange Ribeiro de Oliveira (2019) e Ricardo Iannace (2013) são convocados para a discussão, contribuindo para evidenciarmos em que medida as relações entre literatura e imagem podem ser consideradas nesse texto derradeiro de Clarice Lispector.
