Descrição
O presente artigo propõe uma reflexão sobre o papel desempenhado pelos jesuítas na formação de grupos letrados e, pois, de parcela das elites coloniais na capital da Nova Espanha. Parte-se de uma leitura clássica a respeito desse tema, aquela oferecida pelo crítico uruguaio Ángel Rama em La ciudad letrada, a fim de buscar outras possibilidades de compreensão para as relações entre os padres da Companhia de Jesus, os grupos letrados e a administração vice-real. O argumento central deste artigo sustenta que a conformação política da Monarquia Espanhola e de seus vice-reinos americanos nos séculos XVI e XVII, distante da noção de Estado Moderno e mais próxima de um modelo corporativo, torna difícil o enquadramento da atividade dos padres na perspectiva de “intelectuais a serviço da monarquia absoluta”.