Descrição
ResumoA última pesquisa de dados publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2018 apresentou um índice de desigualdade entre homens e mulheres no Brasil alarmante, principalmente por essa desigualdade se manifestar dentro e fora de casa. Nesse contexto, o governo brasileiro lançou em 2016 o projeto Criança Feliz, que, por sinal, provocou diversos debates entre os políticos à época, dentre eles: firmou-se uma embate político notável entre a ex-deputada federal Manuela D’ávila, que concorreu à vice presidência do país em 2018, e a ex-primeira dama Marcela Temer, designada para ser a líder do programa. Esse embate culminou com a publicação feita pela ex-deputada federal de uma carta aberta no dia 7 de outubro de 2016, na rede social Facebook, logo após o lançamento do programa Criança Feliz ser feito pela ex-primeira dama. Buscamos investigar nos dizeres da carta em relação aos dizeres do site do programa governamental, especificamente, como se constituem e se enfrentam dois sujeitos-mulheres diferentes. A metodologia utilizada é de cunho descritivo-interpretativo e visa explorar, especificamente, a arena na qual se constituem os signos ideológicos sobre o ser-evento-mulher e a disputa de sentidos. Portanto, o nosso objetivo é analisar como se constituem tais representações do ser-evento-mulher por meio dos signos ideológicos e como um signo se (co) relaciona com o outro. Por fim, o referencial teórico que embasa esse trabalho é constituído a partir das reflexões do Círculo de Bakhtin, em especial, Volóchinov (2017), no qual se discute o conceito de signo ideológico. Palavras-chave: círculo de bakhtin, carta aberta, mulher.