Descrição
A vida social experenciada em situações espontâneas e institucionais em contexto presencial é o mote central deste trabalho, o qual lança seu olhar sobre os modos como o corpo é construído no aqui e no agora da interação. Ancoramo-nos na perspectiva interacional de se compreender o fenômeno da linguagem e nos voltamos para a emergência das narrativas em fala-em-interação em um almoço entre advogados que militam na chamada Faixa de Gaza capixaba e cuja prática advocatícia se volta exclusivamente para a tutela de direitos trabalhistas e previdenciários dos membros daquela comunidade; e em uma narrativa de experiência construída por uma mulher com câncer de mama durante um evento acadêmico em que se apresentava dados de pesquisa na qual a participante era uma das protagonistas. Com o aporte teórico da Análise da Narrativa, compreendemos que corpos e identidades são formados na performance linguística, isto é, em movimentos narrativos e discursivos nos quais subjetividades são criadas e sedimentadas. De cunho etnográfico e natureza qualitativa, o presente estudo observou com a análise dos dados que em contextos e situações variadas a produção de inteligibilidades sobre corpos desviantes e práticas discursivas de agência e microrresistências organizam a vida e a experiência cotidiana de acordo com referências macrossociológicas.