Descrição
Neste artigo propomos uma reflexão sobre o conceito de memória, sua interseção com as narrativas oficiais da corte assíria e a relação entre memória e identidade. No mundo antigo oriental o gênero autobiográfico, entendido como uma interpretação retrospectiva da própria vida, não existiu, porém muitos soberanos nos legaram extensos documentos que contém narrativas de cunho biográfico. As inscrições reais mesopotâmicas, que tipicamente são de caráter comemorativo de conquistas do rei ou crônicas de campanhas militares, falam da carreira e de cenas da vida e, de algum modo, podem ser entendidas como documentos autobiográficos.