Descrição
Is it possible to think of another role for cultural heritage in cities that is not necessarily linked to their reconversion in spaces of cultural entertainment, towards recovering the value of central areas and gentrification? Is it possible to have an urban activism that transforms cultural heritage in a source of reflection and counterpoint to processes of urbanization as a business? This article aims to answer these initial questions from the exposition and discussion of an experience that is being developed in the city of São Paulo and has the objective to gather arguments and produce narratives in defence of the permanence of poorer social groups in city centers, using cultural heritage against gentrification. Such experience fits a kind of urban activism that has educational actions in the field of cultural heritage as an essential tactic. In this sense, it affirms the need to democratize heritages and also memorialization processes which have produced, over time, an invisibility of certain social groups, among which are workers and poor inhabitants of city centers.||É possível pensar outro papel para o patrimônio cultural na cidade, que não seja aquele ligado necessariamente a sua reconversão em espaços de animação cultural voltados à revalorização de áreas centrais e à gentrificação? É possível um ativismo urbano que transforme o patrimônio cultural em fonte de questionamento e contraposição a processos da urbanização como negócio? Este artigo pretende responder a essas questões iniciais, a partir da exposição e debate de uma experiência que vem sendo desenvolvida na cidade de São Paulo e que tem como objetivo mobilizar argumentos e produzir narrativas para a defesa da permanência dos grupos sociais mais pobres nas áreas centrais, colocando o patrimônio contra a gentrificação. Tal experiência se enquadra em um tipo de ativismo urbano que toma a ação educativa no campo do patrimônio cultural como tática essencial de atuação. Neste sentido, afirma-se a necessidade de democratizar o patrimônio e, também, os processos de memorialização, os quais têm produzido, ao longo do tempo, a invisibilidade de determinados grupos sociais, entre os quais os trabalhadores e os moradores pobres do centro de cidades.
