Descrição
O Facebook é uma plataforma de rede social digital com 845 milhões de usuários, que gastam em média 20 minutos por visita ao serviço. Inspirado na formulação dos tipos ideais, este artigo identifica que, com a cristalização do traço exibicionista que marca a sociedade contemporânea, o Facebook se torna um espaço para exibição de comportamentos narcisistas de autopromoção, onde o indivíduo engendra uma grande narrativa do eu. Neste contexto, observa-se que indivíduo separou-se dele mesmo e do seu cotidiano, como se ele próprio estivesse relatando em um diário eletrônico os momentos de outro sujeito. O deslocamento do campo de relacionamento e o esvaziamento das relações contribuem para o vício na interação mediada e tornam a mensuração da aprovação social no Facebook num mecanismo de arrefecimento da individualidade. Por fim, o artigo mostra que este processo ocorre no contexto em que o capital empresarial passa a intervir decisivamente nas relações dentro das redes sociais digitais e encontra um cenário profícuo para o patrocínio das escolhas individuais. Palavras-chave: Facebook; Redes Sociais; Exposição; Voyeurismo; Internet; Consumo de Serviços