Descrição
Resumo: Este artigo trata de uma pesquisa de revisão de literatura e procura analisar a forma como o atendimento psicossocial à vítima de abuso sexual infantojuvenil tem sido efetivado no Brasil, entre os anos de 2010 a 2020. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico com a utilização de cinco descritores, nos principais bancos de dados: PepSIC, Scielo, Google, BDTD, Bireme, Medline, BVC - Psi Brasil, BDTD da USP. Assim, 11 artigos foram selecionados para a pesquisa. Os resultados apontaram que há poucas produções científicas sobre a temática; embora a discussão midiática e acadêmica acerca do fenômeno do abuso sexual seja abundante, referente ao atendimento psicológico/psicossocial à vítima desvelou-se um debate insólito. O acompanhamento psicossocial a longo prazo e imediatamente após a violência não sucede. Não há continuidade dos atendimentos. Tal fato fundamenta-se na premissa de que o atendimento no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) deve ter caráter pontual e limitado. Portanto, conclui-se que o acolhimento psicossocial às vítimas, devido à escassez ou inexistência de serviços públicos, ocorre de forma pouco humanizada e negligente, situações que contribuem diretamente para a ampliação das dores emocionais advindas de um abuso sexual. É necessária a melhoria dos serviços públicos que assistem a vítima de abuso sexual em todas as suas facetas, uma vez que se mostram contraproducentes e destoantes. Palavras-chave: Abuso sexual. Psicologia. Sofrimento. Políticas públicas.Abstract: This article deals with a systematic literature review research and seeks to analyze the way in which psychosocial care for victims of child and adolescent sexual abuse has been carried out in Brazil, between the years 2010 to 2020. For this purpose, a bibliographic survey was carried out. using five descriptors in the main databases: PepSIC, Scielo, Google, BDTD, Bireme, Medline, BVC - Psi Brasil, BDTD from USP. Thus, 11 articles were selected for the research. Results pointed out that the host network has not been efficient, since the attendance occurs late and, in some cases, does not succeed. There are few scientific productions on the subject, although the media and academic discussion about the sexual abuse phenomenon is abundant, referring to to the psychological / psychosocial assistance to the victim, an unusual debate was unveiled. Long-term psychosocial follow-up and immediately after the violence does not take place. There is no continuity of care. This fact is based on the premise that care within the scope of the Unified Social Assistance System (SUAS) must have a punctual and limited character. Therefore, it is concluded that the psychosocial reception to the victims, due to the scarcity or inexistence of public services, occurs in a little humanized and negligent way, situations that directly contribute to the expansion of the emotional pains resulting from sexual abuse. It is necessary to improve the public services that assist the victim of sexual abuse in all its facets, since they are counterproductive and disagreeable.Keywords: Sexual abuse. Psychology. Suffering. Public policy.
