Descrição
In this article I analyze historical judgment as an integral part of historiographical production in the 19thcentury. This article explores the dispute of interpretations around the Farroupilha Revolution (1835-1845) that began in 1879 with Tristão de Alencar Araripe’s documented memories and its reception in Court and in the province of Rio Grande do Sul. Araripe’s work and the responses it generated allow us to reflect on the production of judgments by historians in their practice of representing the past. Thus, two interpretation possibilities are explored. First, the social conditioning of historical judgment is analyzed, highlighting Araripe’s training and practice as a scholar and a politician. Following, the principles that grounded the historian’s craft are discussed, such as the selection of sources and impartiality in the appreciation of facts, based on Karl von Koseritz’s critique.||Neste artigo,analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço-me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Koseritz.