Descrição
This article takes the science fiction short story “The Machine Stops”, published in 1909 by E. M. Forster, as a starting point to discuss the organization of work in the so-called “attention economy”. It will be analyzed the initial scheme of the tale in the light of Western epistemology, which tends to place the gaze under suspicion and to reinforce dualisms between sensitive and rational knowledge, a process that deepens in the 19th century, when the production and circulation of images mediated by massive industrial reproducibility is accelerated. Then, the article will deal with the “audience commodity” problem, which allows us to articulate the overlapping performance of cultural industry viewers, users of social networks and contemporary content producers, roles already amalgamated in the 1909 short story. Finally, it’s argued that literature and philosophy, in association with conservative movements, have built the notion of threatening images as a reaction to the transformations of the mass cultural industry throughout the 20th century, but that its warnings should not be ignored.||Este artigo toma o conto de ficção científica “The Machine Stops”, publicado em 1909 por E. M. Forster, como ponto de partida para discutir a organização do trabalho na chamada “economia da atenção”. Analisaremos o esquema inicial do conto à luz da epistemologia ocidental, que tende a colocar o Olhar sob suspeita e a reforçar dualismos entre conhecimento sensível e racional, processo que se aprofunda no século XIX, quando se acelera a produção e circulação de imagens mediadas pela reprodutibilidade industrial massiva. Então, trataremos do problema do “público mercadoria”, que permite articular a atuação sobreposta de espectadores da indústria cultural, usuários de redes sociais e produtores de conteúdo na contemporaneidade, papeis já amalgamados no conto de 1909. Finalmente, argumentamos que literatura e filosofia, em associação a movimentos conservadores, construíram a noção de imagens ameaçadoras como uma reação às transformações da indústria cultural massiva ao longo do século XX, mas que nem por isso seus alertas devem ser desconsiderados.
