Descrição
Assim como nós, as interrogações filosóficas têm uma história. O caso da interrogação que nos serve aqui de título é, desse ponto de vista, exemplar: depois de uma longa e frutífera existência são numerosas respostas que recebeu. Mas nenhuma delas foi suficiente para encerrá-la. Isso porque ela pertence a esse conjunto de indagações que tratam do próprio sentido da existência humana, individual e coletiva: sempre presentes, essas questões são continuamente alvo dos modismos e dos voluntarismos que, em nome da verdade, da natureza, da razão, do progresso científico ou simplesmente do pragmatismo pretendem eliminá-las. Mas elas sobrevivem e refazem sua juventude a cada vez que a reflexão filosófica, cumprindo sua vocação, estranha-se das certezas de seu tempo e descobre familiaridade no que parecia… inteiramente outro. O objetivo do presente artigo é examinar um pouco da história dessa interrogação – se é possível ensinar a ética – na expectativa de que, nos familiarizando com ela, possamos nos tornar, nós próprios, objetos de nosso questionamento.