Descrição
Este texto apresenta um diálogo entre as minhas experiências em Arte-Educação Baseada na Comunidade1 nos Estados Unidos e a influência Paulo Freireina na minha abordagem educacional. Alargar os horizontes do que é comumente considerado arte tem várias implicações. Primeiramente há uma relativização do discurso dominante que leva à ampliação do que pode ser considerado arte. Através deste movimento, novas maneiras de se ver e pensar a arte podem ser descobertas. Esta concepção mais fluída possibilita aproximações entre arte e experiência cotidiana (Richter, 2003; Certeau, 1997), criando espaços de reflexão e investigação sobre o que constitui arte, suas diferentes formas e funções. Questionando os fundamentos de visões tradicionais, proponho valorizar as interpretações daqueles que experienciam arte. Não se trata de desbancar a arte consagrada, mas de repensá-la. Enquanto uma vertente importante da cultura ocidental, a arte consagrada sintetiza idéias, símbolos e conceitos fundantes à história desta civilização. No entanto, restringir arte à estas obras significa a exclusão de outras tradições importantes como as inspiradas pelo folclore ou cultura popular. Definições mais abrangentes de arte e cultura inspiram novas interpretações sobre a relação entre arte e cotidiano. Palavras-chave: comunidade local, cultura do cotidiano e arte local.