Descrição
Tato, olfato, visão, paladar, audição: os recortes biográficos que compõem este artigo transitam entre as cinco dimensões sensoriais, e objetivam problematizar sensos e contrassensos da noção de “mediação” em processos educacionais situados antes e após a pandemia do século XXI. Para tanto, este artigo, de natureza ensaística, desvela experiências de mediações no educar e no educar-se a partir de duas perspectivas: a da Teoria Ator Rede, especialmente, em diálogo com as produções de Bruno Latour, e da revisão crítica sobre as noções de “materialidade” e de “cultura material” de Tim Ingold. Os dois principais eixos argumentativos deste texto giram, por um lado, em torno do papel da memória biográfica enquanto mediação no bojo das práticas educativas, por outro, em torno das possibilidades de ampliação e de aprofundamento do próprio senso de mediação, então inspirados pelas provocações daqueles dois autores. A partir de tais movimentos, este texto busca contribuir com o debate no campo educacional, sobretudo, no que toca os crescentes imperativos das interações essencialmente virtuais, e em face aos desafios éticos e tecnológicos adensados pela conjuntura pôs pandêmica.