Descrição
A impressão de que o tempo flui no meio da noite é constante ao lermos O som e a fúria de William Faulkner, principalmente nos dois primeiros capítulos. O primeiro apresenta o ponto de vista de um deficiente mental, Benjy Compson, o qual não tem noção de tempo e narra passado e presente simultaneamente, o que leva o leitor a se sentir no escuro. O segundo apresenta a narrativa do ponto de vista de Quentin Compson, personagem que vive na escuridão do passado em um pessimismo que beira o niilismo. Com base nos conceitos de simultaneidade do filósofo Henri Bergson e de niilismo de Friedrich Nietzsche, discutiremos a questão do tempo para Faulkner. || The impression that time flows in the middle of the night is constant when one reads The sound and the fury, by William Faulkner, especially in the two initial chapters. The first chapter presents the point of view of a cognitively disabled man, Benjy Compson, who has no notion of time and narrates the story mixing present and past in a simultaneous flow, giving the reader the impression of walking through darkness. The second chapter is narrated by Quentin Compson, a character who is haunted by his past and lives in a pessimist state that borders nihilism. Based on Henri Bergson's concept of simultaneity and on Friedrich Nietzsche's notion of nihilism, we discuss the matter of time in Faulkner.