Descrição
This article intends to present some theoretical and methodological inflections based on an ethnographic study of a mangrove area occupied by extractive groups in Northeast Brazil. It intends to present how the different actants in dispute – namely, entrepreneurs, researchers associated with environmental ngos, the shellfish and crab collectors and the children of a cultural movement – define and use what they designate, each in its own way, shrimp farm, mangrove ecosystem or simply mangrove. From a long-term field research, this paper proposes the analytical exercise of approaching native routes and displacements, making it possible to apprehend the multiple ways of being extractive and indicating, as a result, the need for a complexification of the concept of group or extractive population||O presente artigo propõe-se a apresentar algumas inflexões teórico-metodológicas nascidas da etnografia de um processo de conflito ambiental em uma área de manguezal ocupada por grupos extrativistas no Nordeste brasileiro. Pretende-se apresentar como os diferentes actantes em disputa – quais sejam, os empresários, os pesquisadores associados às ongs ambientalistas, os marisqueiros e as crianças de um movimento cultural afroindígena – nomeiam, definem e se apropriam daquilo que designam, cada um a seu modo, fazenda de camarão, ecossistema manguezal ou, simplesmente, mangue. A partir de uma pesquisa de campo de longa duração, este artigo propõe o exercício analítico de se aproximar dos percursos e deslocamentos nativos nas situações em que acontecem, tornando possível o vislumbre de múltiplos modos de ser extrativista e indicando, em consequência, a necessidade de uma complexificação da noção de grupo ou população extrativista.