Descrição
Este artigo analisa o cinema de Adirley Queirós tomando seu primeiro longa metragem, A cidade é uma só? (2013), como fio condutor da interpretação. Seu cinema, situado entre Brasília e Ceilândia, sitia lugares e espaços naturalizados, dessubstancializa conceitos como os de localidade, periferia, identidade, memória, finitude, história, arquitetura, ficção, documentário. Seu cinema evoca diálogos fecundos através de figurações da alteridade, da distopia, da entropia em cenários urbanos posmetropolis, em que se percebe a insurgência das cidades satélites enquanto lócus de contestação e crítica a projetos, tão redentores quanto autoritários, como os propostos pela ideologia modernista que planeja e institui Brasília, nos anos 1950 e 1960, no Brasil central.||This article analyzes the cinema of Adirley Queirós taking his first feature film ‘Is the City Only One’? (2013) as a starting point. His cinema, located halfway between Brasília and Ceilândia, contests naturalized places and spaces, de-substantializing concepts such as those of locality, periphery, identity, memory, history, architecture, fiction, and documentary. His cinema produces fruitful dialogues through the use of figures of alterity, dystopia, and entropy in post-metropolitan urban scenarios, where the insurgency of satellite cities becomes a locus of contestation and criticism of mega-projects, as redemptive as they are authoritarian, such as the modernist ideology materialized in the planning and building of the capital Brasília, in the 1950s and 1960s, in central Brazil.