Descrição
Gracias, señor, o mítico espetáculo de 1971 do Teatro Oficina, sempre foi compreendido, na história do teatro brasileiro, como um ponto fora da curva que teria provocado uma profunda crise no grupo, levando ao seu desmanche. Este artigo recusa essa tese, projetando o espetáculo como a semente que germinará, duas décadas depois, na constituição e trajetória vitoriosa da Uzyna Uzona. Desencadeador do processo de radicalização política e estética (que alcançou seu ápice na revolução portuguesa de 1974) e implicou no desfazimento do coletivo original, Gracias, señor, sugere-se aqui, cria as fundações daquilo que foi produzido nos três últimos decênios. De fato, o atual Teatro Oficina Uzyna Uzona é a realização acabada da utopia que aquela experiência projetou e que décadas de maturação conseguiram engendrar. ||Gracias, señor, the mythic Teatro Oficina’s performance of 1971 was always understood in Brazilian theatre history as an atypical spectacle, which provoked a deep crisis in the group and led to its extinction. This article refuses this thesis and projects that performance as the seed that would
constitute the victorious trajectory of Uzyna Uzona two decades latter. Trigger of a political and aesthetical radicalization process that reached its
climax in the Portuguese revolution of 1974 and implied on the dismantling of the original collective, Gracias, señor, creates the foundations of what
was produced in the last three decades. Actually, the present Teatro Oficina Uzyna Uzona is the fullest realization of the utopia, which that experience
projected and was engendered after years of maturation.