Descrição
Este artigo considera os usos possíveis da técnica desenvolvida pelo teatrólogo russo Michael Chekhov durante a crise que o mundo atualmente enfrenta à luz da atual pandemia do Covid-19. Inicia com uma consideração do que Foucault (1977) chamaria de história afetiva de Chekov e reflete sobre porque isto pode ser pertinente para uso desta técnica na pandemia atual. O artigo então discute criticamente uma seleção dos métodos e princípios de Chekov em um diálogo com as ideias de Freire (1966) sobre a política do amor, o trabalho dos teóricos do jogo (Henricks 2015, Hopkins 2019, Sutton-Smith 2008) e profissionais de outras áreas (McAvinchey, 2020), e a noção de um possível terceiro espaço (Bhabha, 2004). Eu argumento que estas técnicas e princípios a ela relacionados podem facilitar um engajamento com imaginação incorporada e jogo que podem melhorar o bem-estar de atores e não-atores tanto em contextos de performance quanto do cotidiano. Este artigo ainda sugere que estes métodos e ideias também podem possuir o potencial de nos conectar mais integralmente às comunidades entre as quais vivemos neste tempo de crise e a imaginar e provocar mudança pessoal e sócio-política no mundo pós-pandêmico.