Descrição
Este artigo aborda as tensões entre minha vida espiritual pessoal e meu papelacadêmico como pesquisadora. Apesar de ter ido ao encontro da sensibilidade pósmoderna e de ter questionado “verdades” teóricas, ainda vejo-me entrando em forte relação experiencial com o mundo. Tenho lutado com as questões relacionadas a este modo de comunicação e à percepção de que meu conhecimento e experiência são construídos e baseados em um contexto sociocultural. Enquanto a teoria pós-moderna questiona os aspectos relacionais da pesquisa, eu percebo uma específica conexão experiencial com o mundo através do que alguns podem caracterizar como processo espiritual. Além disso, meu trabalho com Somática tem-me mantido enraizada nesse aspecto experiencial do ser. Este artigo apresenta uma oportunidade de negociar o caminho que minhas afinidades pessoais e acadêmicas tomaram e de perguntar se pode existir algo como uma espiritualidade pós-moderna. Por meio deste processo, reconheço diferença, fragmentação e narrativas parciais, ao mesmo tempo em que mantenho um apreço pela experiência somática. Assim, a intenção deste artigo é explorar minhas narrativas pessoas como uma maneira de lutar teoricamente com as tensões entre uma visão de mundo pós-moderna, a metodologia póspositivista e o poder de uma espiritualidade somática.Palavras-chave: Somática. Dança. Espiritualidade. Pós-modernismo. Pós-positivismo.