Descrição
Created by Mário Albanese and Cyro Pereira, released in São Paulo, in 1965, Jequibau is
a musical expression structured in a quartet (5/4). Best known for the epithets of “Samba em Cinco”
and “Bossa em Cinco”, recorded in more than twenty countries by musicians such as Hermeto
Pascoal, Charlie Byrd, Sadao Watanabe and Susana Colonna, Jequibau has remained out of the
media and academic focus. The purpose of this paper is to fill this gap by systematically analyzing
it from different perspectives. To this end, its trajectory is critically described, comprising its
various moments through historiographic and ethnomusicological approaches. Its conception as a
oeuvre is analyzed by a more philosophical bias, in which the concept of art is at the center of the
debate. Its intricate relations with the city of São Paulo and its identity discourse, showing what
synthesizes and what Jequibau adds to it, is also an object of discussion and reflection. Finally, the
rhythmic, harmonic and melodic aspects, as well as their influences and transformations, are
analyzed using tools such as score and concepts such as time-line-pattern, micro-variations and
musicality frictions. All research and text presented here are permeated by materials collected over
ten years of fieldwork. There are many articles, newspaper and magazine articles, scores,
interviews, images and testimonials examined here. Once neglected and forgotten, Jequibau
presents itself as an important contribution to the thinking of popular Brazilian music, becoming an
important part of it.||Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES||Criado por Mário Albanese e Cyro Pereira, lançado em São Paulo, em 1965, o Jequibau é
uma expressão musical construída em compasso quinário (5/4). Mais conhecido pelos epítetos de
“Samba em Cinco” e “Bossa em Cinco”, gravado em mais de vinte países por nomes como
Hermeto Pascoal, Charlie Byrd, Sadao Watanabe e Susana Colonna, o Jequibau manteve-se fora do
foco midiático e acadêmico. O intuito deste trabalho é preencher esta lacuna, analisando-o
sistematicamente sob diferentes perspectivas. Para tanto, sua trajetória é criticamente descrita,
compreendendo seus diversos momentos através de abordagens historiográficas e
etnomusicológicas. A sua concepção enquanto obra é analisada por um viés mais filosófico, no qual
o conceito de arte assenta-se no centro do debate. Suas intrincadas relações com a cidade de São
Paulo e seu discurso identitário, mostrando o que dele sintetiza e o que a ele adiciona o Jequibau,
também constitui-se como objeto de discussão e reflexão. Por último, os aspectos rítmicos,
harmônicos e melódicos, bem como suas influências e transformações, são analisados com a
utilização de ferramentas como a partitura e conceitos como time-line-pattern, minha-variações e
fricção de musicalidades. Toda a pesquisa e o texto aqui apresentados estão permeados por
materiais coletados ao longo de dez anos de trabalho de campo. São muitas reportagens, matérias de
jornais e revistas, partituras, entrevistas, imagens e depoimentos aqui examinados. Antes
negligenciado e esquecido, o Jequibau apresenta-se como uma importante contribuição para se
pensar a música brasileira popular, configurando-se como parte importante desta.
