-
A construção social dos corpos periféricos || The social construction of peripheral bodies
- Voltar
Metadados
Descrição
This paper focuses on the ways our
societies deal with non-central corporalities, that is, those corpo
ralities that depart from the socially constructed standard model
of what the body should be. It begins by taking the body as a
privileged locus for the communication between the biological, the
individual and the sociocultural, and defining the core concepts of
the ensuing analysis: corporality, bodily centrality, natural
symbol, and incorporation. It then moves on to question the rise of
the body in the contemporary, hiperindividualistic societies, and
highlights social processes that produce the norms about what the
body should be. Such norms turn into metaphors the images of bodies
on the examination table, the passerelle and the podium. We then
present the notion of the peripheral body as that from which
emanates signs that are deval ued by the standards of body
centrality. Physical deformities and obesity are shown as examples
of how the body can be a source of stigma and the locus of
psychological suffering in common interaction processes. We attempt
to provide elements for the analytical questions that run through
the paper: what processes lead a given social object to become a
part of the center or, on the contrary, be relegated to the
periphery? How the peripheral is socially constructed? What are the
social and psychological consequences of being seen as a peripheral
body?
||Este artigo desenvolve o seu argumento em
torno da forma como lidamos socialmente com corpora lidades que se
afastam da centralidade corpórea, entendida aqui como o resultado
da valorização de determinados aspetos do corpo, que passam a ser
tomados como modelo do que este deve ser. Come çando por situar o
corpo como objeto privilegiado para a comunicação entre o
biológico, o individual e o sociocultural, esclarece os conceitos
que servirão à nossa análise: corporalidade, centralidade corpórea,
símbolo natural e incorporação. Interroga o porquê da ascensão do
corpo nas sociedades do hiperindi vidualismo contemporâneo e
procura evidenciar processos sociais em curso que produzem normas
sobre o que o corpo deve ser, e que metaforizamos com as imagens
dos corpos na marquesa, na pas serelle e no podium. Propõe-se em
seguida a noção de corpo periférico como aquele do qual emanam
signos desvalorizados pelos padrões constituintes da centralidade
corpórea. Exemplificamos com as deformidades físicas e com a
obesidade, analisando a partir delas como pode o corpo
constituir-se como fonte de estigma e locus de sofrimento
psicológico nos processos interativos correntes. O percurso que
aqui empreendemos é suscetível de fornecer elementos para as
seguintes questões analíticas que atravessam todo o texto: que
processos conduzem um determinado objeto social a tornar-se central
ou, pelo contrário, a ser deslocado para a periferia? Como
construímos socialmente o periférico? Que consequências pode ter
nas vivências psicológicas e na vida social daqueles que são
olhados como corpos periféricos?
ISSN
0104-1290
Periódico
Autor
Fernandes, Luís | Barbosa, Raquel
Data
1 de março de 2016
Formato
Identificador
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/113262 | 10.1590/S0104-12902016146173
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2016 Saúde e Sociedade
Fonte
Saúde e Sociedade; v. 25 n. 1 (2016); 70-82 | Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 1 (2016); 70-82 | Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 1 (2016); 70-82 | 1984-0470 | 0104-1290
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion