Descrição
Esse artigo tem a proposta de trabalhar a fotografia aliada aos conceitos do risível e grotesco, dentro do cenário da Arte Postal. Entende-se ainda que é necessário pensar o cômico, a comicidade e o riso junto ao campo da arte contemporânea, tomando como pretexto alguns dos trabalhos de Paulo Bruscky, que utilizava dessa linguagem como estrutura de suas performances. Para tanto, faremos uso de alguns argumentos e conceitos apontados por Muniz Sodré e Raquel Paiva, em seu livro “O Império do Grotesco”, para justificar a aproximação do grotesco com a expressão do riso e ainda Mikhail Bakhtin, quem muito contribuiu com as pesquisas sobre esse assunto. Dele, utilizaremos o livro “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento”. Além disso, recorreremos a teóricos e pensadores sobre o fenômeno do riso, como Henri Bergson e Vladimir Propp. Este se referindo mais especificamente aos gêneros e espécies de comicidade e de riso, e de onde acionaremos o riso de zombaria, já que os trabalhos artísticos de Bruscky quase que em sua totalidade estão vinculados a sua postura crítica com relação à política. E é a partir daí que se inicia a minha reflexão, no momento em que um artista faz uso de um aparelho como forma de apropriação de algo que é tido como sendo de “baixo valor intelectual”, de um “gênero menor”, como o riso dentro do campo da arte, que de uma forma canônica conserva um status de nobreza e alto valor cultural.