Descrição
Pensar a inclusão de estudantes surdos, seja na escola básica ou no ensino superior, é uma realidade que desafia as instituições e os profissionais da educação. A formação de professores no campo da educação inclusiva prevê o atendimento de demandas específicas que contemplem as características linguísticas desses estudantes no processo de ensino e aprendizagem. Este artigo objetiva refletir sobre a importância da formação docente no contexto da educação de/para surdos, reconhecendo a relevância da instrumentalidade profissional no campo da comunicação linguística entre estudantes e docentes, viabilizando a intersecção entre o campo da linguagem e as práticas de ensino de matemática para surdos. Desenhando-se a partir de um estudo bibliográfico e com base em uma abordagem qualitativa frente às análises apontadas, o artigo passeia pelas correntes teóricas por uma defesa de políticas linguísticas para o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) enquanto língua de instrução para surdos, defesa amparada por Skliar (1998, 2003), Lacerda (2000), Quadros (2003), bem como as discussões que remetem às praticas e formação docente no contexto do paradigma da inclusão, apoiando-se em Mantoam (1997), Jannuzzi (1995), Stainback (1999), dentre outros. Assim, a reflexão proposta remete à defesa de uma educação com práticas bilíngues para os surdos, de modo que, as instituições sejam pensadas a partir do parâmetro linguístico destes estudantes, apresentando melhores possibilidades de construção de estratégias para que o surdo seja visto como sujeito de produção de sentidos.