Descrição
Este texto busca, a partir de análises e reflexões, repensar a utilização da iluminação cênica em um espetáculo, supondo-a como elemento orquestrador da cinética da cena, estimulando ou inibindo o desenvolvimento narrativo do espetáculo a partir das variações dos tempos, ritmos e humores, aspectos do espetáculo definidos a partir do pensamento de Francis Hodge. Pensando a ação cênica como uma transformação físico-química, este artigo relacionará os princípios das transformações físicas, decorrentes do fator térmico, e químicas, decorrentes da radiação eletromagnética, pensando a luz como catalisadora ou inibidora dessa transformação a partir do pensamento de temperatura de cor e energia eletromagnética associada ao comprimento de onda. Partindo da análise de luz na obra Tio Vânia, de Anton Tchekhov, e da luz proposta por Antonin Artaud para A sonata dos Espectros, de August Strindberg, pode- se observar de que maneira esses princípios atuam em uma encenação que respeita a mimese do real e em uma encenação que não busca a reprodução da realidade. PALAVRAS-CHAVE: Luz. Iluminação cênica. Cinética. Temperatura de cor. Cena.