Descrição
Este artigo propõe uma reflexão a respeito das manifestações juvenis de junho de 2013 no Brasil, em que analisa seu papel no aprofundamento do sentido de democracia, inspirando-se nas ideias de Robert Musil sobre o “senso de possibilidade” e no debate sobre a “pós-história”, tal como propõe Vilém Flusser. Comparando-as com a Primavera Árabe, procura-se abordar criticamente as interpretações apresentadas sobre o fenômeno, tanto de intelectuais brasileiros, como do estrangeiros, tomando como base as ideias desses autores, ou mesmo as análises sobre o papel das “redes sociais” e das “tecnoimagens” no desencadeamento de manifestações de massa lideradas por uma juventude ávida por encontrar canais de participação efetivos. Ressalta-se a atualidade de Flusser para pensar a crise da experiência, sobretudo em países como o nosso, onde a dominância da cultura africana confere novos sentidos ao engajamento político e à vida social, pautados pela estética e a sabedoria ancestral de culturas não ocidentais.