Descrição
Este trabalho analisa os fundamentos das práticas pedagógicas da saúde na escola por meio do discurso do processo de medicalização da sociedade apresentado por Foucault, a partir da instauração da medicina moderna. A análise dos programas curriculares apresentados na literatura, no decorrer do século XX revelam que os pressupostos medicalizantes ecoam nas inúmeras propostas curriculares, quer seja àquelas relacionadas ao escolanovismo, à teoria da privação cultural, às propostas democráticas da década de 80, ou àquelas recentemente apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). O estudo conclui pela necessidade de rever os fundamentos das práticas pedagógicas da saúde a partir dos pressupostos da psicologia histórico-cultural para o desenvolvimento do aprendizado, que mais do que reorganizar os conteúdos do ensino, propõe os saberes escolares como um processo que requer uma elaboração que envolva a transformação dos modos de conceituar do aluno no sentido do conhecimento sistematizado, através das relações interpessoais, das trocas dialógicas sobre objetos ou fenômenos em que o conhecimento sistematizado está intimamente inter-relacionado ao conhecimento do cotidiano.