Descrição
As imagens negativas atribuídas à figura do negro, como o mito da “vadiagem”, da “preguiça” ou o mito do “incompetente”, estão extremamente arraigadas às doutrinas raciais que penetraram no cenário brasileiro a partir da segunda metade do século XIX. Elas foram selecionadas, redimensionadas e adaptadas por cientistas, médicos e antropólogos brasileiros, num momento em que a busca pela identidade nacional constituía-se como principal questão durante a Primeira República. Por esta razão, a história da trajetória negra no Brasil não foi considerada importante para ser inserida na historiografia brasileira até então. O mito da democracia racial também parte do ideal ilusório de igualdade para todos, escondendo o racismo na sociedade brasileira. Assim, os estudos de Munanga e Bencini denunciam e desconstroem o mito da democracia racial brasileira. Ainda hoje alguns mitos e antigas imagens se mostram presentes, um pouco mais sutis, e se expressam em brincadeiras, piadas, no pouco acesso aos bens sociais por parte dos negros e na sua inserção na sociedade pela escola. Além disso, um relato de experiência em uma escola pública de Goiânia se apresenta como dado empírico que corrobora que o racismo está inserido no espaço escolar.