Descrição
A poética de Douglas Diegues se insere na contemporaneidade entre as mais inovadoras e inusitadas formas de se construir poesia. A partir do livro “Dá gusto andar desnudo por estas selvas – sonetos salvajes” (2002), este artigo se propõe a investigar a construção lírica sui generis do poeta Douglas Diegues ao mesclar as línguas portuguesa, espanhola e guarani: o portunhol selvagem. A linguagem inusitada da obra emerge em sua forma híbrida e mestiça como uma língua anárquica, irônica e engajada, situando-se acima dos espaços geográficos e culturais, e circula além das fronteiras entre Brasil e Paraguai. Assim, procura-se desvendar as características dessa linguagem transfronteiriça no livro analisado e discutir seus aspectos simbólicos e culturais, além de demonstrar na obra os contornos bem próprios de uma tendência literária pós-moderna de caráter híbrido.