Descrição
Este trabalho apresenta características da comunicação existentes entre técnicos do Departamento Municipal de Habitação da Prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, e moradores de comunidades de baixa-renda. A pesquisa objetivou desvendar o efeito da comunicação entre arquitetos e populares, nos processos de construção de moradias, a partir de projetos executados através da política habitacional. Para entender o problema da exclusão social das comunidades de baixa renda, decorrente da dificuldade de compreensão da linguagem técnica, utilizou-se como método a análise de conteúdo, realizada a partir do levantamento de dados com técnicas de questionário e entrevista, aplicadas a partir de grupos focais com os moradores das comunidades do Loteamento Vale do Salso e Conjunto Residencial Nova Chocolatão. Os líderes comunitários foram ouvidos através de entrevistas com questões abertas. A pesquisa contou, ainda, com levantamento bibliográfico e documental. Tomou-se como base os preceitos contidos na Folkcomunicação, de Luiz Beltrão, e na Educomunicação, de Paulo Freire, sendo possível concluir que a importância da participação comunitária transcende as questões constitucionais, ao valorizar o conhecimento popular como o mais forte elemento de expressão da consciência cidadã. Os resultados evidenciaram a importância do referencial humano nos processos comunicacionais, refletida no diálogo entre as comunidades de baixa-renda e os arquitetos, responsáveis pelos projetos de habitação de interesse social. Ao considerar a urgência da revisão desse processo comunicacional, sob a ótica das comunidades beneficiadas, a presente pesquisa reforçou o papel do arquiteto não apenas como técnico, mas como agente social promotor da cidadania.