Descrição
Para além da compreensão da palavra e seus elos estritamente imanentes ou engajados, observa-se, atualmente, um novo linhavo da crítica literária ao eleger o corpo como matriz de expressão artística como suporte dos fenômenos artísticos nascidos do corpo. O presente ensaio procura evidenciar em Mia Couto em sua obra, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), uma África derivada de um tempo no qual a letra manifesta-se do corpo: performance coreografada das casas-narrativas africanas. Dança estilizada dos gestos e dos movimentos cíclicos de seus antepassados traduzidos todos, na voz de Mia Couto, como arabescos sheherazadianos da grande casa que a África habita.||Beyond the understanding of the word and its strictly immanent or engaged links, one observes, nowadays, a new sewing of the literary criticism as it has elected the body as the matrix of artistic expression as a base for the artistic phenomena arising from the body. The present essay aims to evince in Mia Couto’s Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), an Africa that derives from a time when the letter is manifested on the body: coreographed performance of the African narrative-homes. A stylized dance of cyclical movements and gestures from the ancestors, all translated, in Mia Couto’s voice, as Sheherazadian arabesques of the big house, which Africa inhabits.