Descrição
Este artigo tem como objetivo inventariar, a partir da leitura do Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, algumas contribuições de Jean-Jacques Rousseau para ampliar a dimensão do conceito de “crítica moral” – utilizado como recurso político por Florestan Fernandes nos trabalhos produzidos para a Campanha em Defesa da Escola Pública (1959/1961). Nos dias atuais, tem sido recorrente, nos programas das políticas públicas, o emprego das expressões “educação para todos”, “escola para todos” ou “todos pela educação”, porém, esses programas não têm garantido condições objetivas e subjetivas para uma educação pública de qualidade para os trabalhadores e seus filhos. Assim, o recurso de estabelecer a “crítica moral” justifi ca-se, especialmente, pelo diálogo com a produção clássica de Rousseau, que oferece argumentos históricos para questionar os limites da atual ordem política ao mesmo tempo em que confere centralidade à temática da alienação e da igualdade.