Descrição
Neste artigo, analisamos as estruturas familiares no contexto da Guerra Civil Espanhola, nas obras das escritoras espanholas Ana María Matute (Primera Memoria), e Carmen Laforet (Nada). Através das adolescentes protagonistas, podemos reconhecer não somente as ansiedades, inquietudes e frustrações dessas jovens meninas, mas também as esperanças das autoras que viveram sob um regime autoritário limitante e opressor. Com seus discursos, romperam regras, desfizeram estereótipos, e apontaram para construções completas e singulares que representam a luta pela autoria feminina no campo literário. Através de suas obras, adotam uma postura crítica e denunciam, em uma narração realista, episódios cotidianos de um confinamento instituído às mulheres naqueles anos. Observar a estrutura familiar neste contexto bélico é identificar as transgressões exercidas pelas autoras contra os modelos estabelecidos desde o franquismo, através de personagens femininas que questionam os paradigmas impostos pela sociedade do pós-guerra espanhol.