Descrição
Embora o texto poético traga consigo a emotividade inerente á expressão subjetiva, seria oportuno observar esta modalidade discursiva através de sua porção de racionalidade com o propósito de explicitar o que a poesia pode nos oferecer como objeto de linguagem. Uma vez que o estudo da poesia se limita com diversas disciplinas afins, interessa discriminar como sua tradução no poema pode dispor de algo de específico, haja vista que a lírica se constitui como sendo, por excelência, o reino da subjetividade e da ambiguidade. A partir daí, ao invés de desenvolver uma reflexão ancorada nalgum princípio poético, acompanharemos o modo como três leitores de poesia se voltaram para o estudo da poesia de Murilo Mendes, a saber, José Guilherme Merquior (A razão do poema), Antonio Candido (Na sala de aula) e Murilo Marcondes de Moura (Leitura de poesia). Com isso, o que se espera é apresentar um painel que demonstre como a poesia tem sido lida no Brasil e como podemos aproveitar sua leitura em sala de aula, para além de sua condição instrumental, mas passando por ela. Ao final, intenta-se apresentar os entraves que tem dificultado a apreciação da poesia e esboçar alguma perspectiva de enfrentamento à sua leitura, sem receios, sem banalizações e sem lhe descaracterizar enquanto objeto específico.