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Arqueologias Intimas: apontamentos||Arqueologías Intimas: apuntes
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Metadados
Descrição
Este ensaio visual surgiu a partir de uns cadernos que herdei de meu pai e que pertenciam ao meu avô paterno, Olmiro de Azevedo, advogado, poeta e escritor. Eu havia começado a experimentar a fotografia como ferramenta de ver e fazer. Além do aspecto afetivo, emocional, e do conteúdo desses cadernos, havia a beleza do papel manuscrito, a beleza do tempo e das marcas escritas – que datam da década de trinta. Pensei então em fazer essas assemblagens fotográficas, usando materiais que muitas vezes utilizei em outros trabalhos, como sementes, espinhos, pequenos vestígios de vida encontrados. Junto à escritura sutil e bela, aos versos fragmentados – mais sugeridos do que revelados – armei uma espécie de arqueologia íntima, um registro dessas camadas de materiais, de significados, de memórias; com gestos simples e contidos, deixando que as coisas falem por si mesmas. Nas palavras de meu avô, com quem sinto afinidade no ver e no sentir, frente à beleza das coisas simples: “Foi por isso, talvez, que falei baixinho tantas vezes, comigo mesmo, com ternura, a riscar traços no chão, esquecido, à sombra dos vinhedos…”. Esse olhar deslumbrado diante da poesia das coisas mais simples, o gesto distraído, terno, intimista, é o que tento trazer neste ensaio. ||Este ensayo visual surgió a partir de unos cuadernos que heredé de mi padre y que pertenecian a mi abuelo paterno, Olmiro de Azevedo, abogado, poeta y escritor. Yo había empezado a experimentar con la fotografia como herramienta de ver y hacer. Además del aspecto afectivo, emocional, y del contenido de esos cuadernos, estaba la belleza del papel manusripto, la belleza del tiempo y de las marcas de la escritura que son de la década de los treinta. Pensé entonces en realizar esos asamblages fotográficos, usando materiales que muchas veces utilicé en otras obras, como semillas, espinas, pequeños vestigios de vida encontrados. Junto a la escritura sutil y bella, a los versos fragmentados - más sugeridos que revelados - armé una especie de arqueologia íntima, un registro de esas capas de materiales, de significados, de memorias; con gestos sencillos y contenidos, dejando que las cosas hablen por sí mismas. En las palabras de mi abuelo, con quien siento afinidad en el ver y en el sentir, frente a la belleza de las cosas más sencillas: " Fue por eso, quizás, que hablé despacito, conmigo mismo, con ternura, a trazar garabatos en el piso, olvidado, a la sombra de los viñedos..." Esa mirada deslumbrada delante de la poesia de las cosa más sencillas, el gesto distrído, tierno, intimista, es lo que intento traer en este ensayo.
ISSN
2357-9854
Periódico
Autor
Vares, Jacqueline de Azevedo
Data
28 de agosto de 2014
Formato
Identificador
https://seer.ufrgs.br/gearte/article/view/47941 | 10.22456/2357-9854.47941
Idioma
Direitos autorais
Direitos autorais 2014 Revista GEARTE | https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Fonte
Revista GEARTE; v. 1, n. 2 (2014): Artes Visuais e Interdisciplinaridade | Revista GEARTE; v. 1, n. 2 (2014): Artes Visuais e Interdisciplinaridade | 2357-9854
Assuntos
Artes Visuais | assemblagem fotográfica; memórias; poesia
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion