Descrição
Dando continuidade a nosso projeto de tradução da De ira Dei, ofertamos, neste momento, a primeira tradução para a língua portuguesa de seus capítulos III, IV, V, VI e VII. Essa obra está dividida em 24 capítulos e é atribuída a Lactâncio, escritor africano pertencente à Antiguidade tardia. A proposta tradutória foi realizada a partir da edição crítica estabelecida por Chirstiane Ingremaeu (1982). Neste trabalho, retomamos inicialmente alguns aspectos gerais sobre o autor e a obra, a fim de situar minimamente o leitor que ainda desconhece nosso projeto tradutório, como fazemos em nossas traduções de Fulgêncio e Ausônio. Em seguida, apresentamos proposta de sistematização lexical. Por fim, trazemos o texto de partida latino seguido das seções traduzidas. No capítulo III, Lactâncio assevera que jamais se sustentou que Deus somente se ira. No capítulo IV, ele enfrenta a perspectiva de Epicuro, que defenderia a inexistência de ira ou de bondade em Deus. No capítulo V, Lactâncio questiona a perspectiva estoica de que o sentimento de ira seria negativo e incompatível com a natureza elevada de Deus. O capítulo VI, embora breve se comparado aos demais, é muito representativo do pensamento lactanciano, pois é justamente nele que seu autor levanta sua tese de que Deus é capaz de se mover pela graça, mas também de sentir ira. Por fim, o capítulo VII aborda algumas distinções entre os animais e o ser humano, apontando que a grande diferença entre ambos reside na capacidade do homem de conceber a ideia de Deus a partir da religião.