Descrição
O presente artigo propõe-se a pensar as relações entre ética e estética da imagem da arte, tendo por base o pensamento de Emmanuel Levinas e Maurice Blanchot, estabelecendo proximidades com o conceito de vida nua, de Giorgio Agamben, fundamentando-se também no estudo de Anita Prado Koneski, Blanchot, Levinas e a arte do estranhamento. Assim, discorre-se sobre a eticidade da imagem no que se dá como recusa de submeter-se a uma interpretação e compactuar em ser fenomenologicamente um espelhamento da realidade. O artigo faz uma leitura das imagens fotográficas da série The Morgue, do artista Andrés Serrano, à luz das questões apresentadas para pensar a imagem, dadas por Blanchot e Levinas. Chega-se à conclusão de que as imagens de Serrano exigem a ética de Levinas a partir do momento em que os rostos das imagens – viva expressão da vida nua – inspiram respeito e responsabilidade.