Descrição
No cotidiano, geralmente consideramos os objetos como meros acessórios com funcionalidades imediatas e dotados de uma inércia característica; contudo a literatura muitas vezes lança uma luz sobre os objetos, delegando a eles uma atuação especial, e, no caso da literatura gótica, essa performance dos objetos aparece com frequência associada ao trabalho com sobrenatural e o terror. Neste ensaio, o corpus de análise eleito é o conto “A bola” do escritor brasileiro Coelho Neto, em função de o objeto não ser destacado apenas pelo título, mas de ele ser a base para toda a trama e para a irrupção da atmosfera gótica. Os fundamentos teóricos são ancorados nos estudos sobre a literatura gótica e a fantástica e nos raros trabalhos sobre a presença e atuação dos objetos na ficção.