Descrição
Considering the possibility of an intersection between texts belonging to the biographical space of a given individual (which is an idea firstly suggested by Lejeune and expanded by Arfuch), as well as the potentiality to build new facets or alternative subjectivities about such an individual, generated by such intersections, I propose to analyse the character Francis Xavier Enderby, protagonist of the autobiographical novel Inside Mr. Enderby, by the English writer Anthony Burgess, as his alternative subjectivity. Furthermore, I propose a reading based on questions related to the notion of abjection. I understand that the writing of autobiographical fiction can be an exercise through which a given writer tries to acknowledge sides of his/her subjectivity he/she would not like to assume as part of his/her “I”, or an attempt to take control over disagreeable or traumatic experiences he/she has gone through, i.e. an attempt at dealing with his/her abject side. Following such a premise, I present comparisons between the self-image built by Anthony Burgess in his autobiography and the fictional character aforementioned.||Considerando a possibilidade de interseção entre textos pertencentes ao espaço biográfico de um dado indivíduo (noção primeiramente sugerida por Lejeune e expandida por Arfuch), assim como a potencialidade gerada por tais interseções em construir novas facetas ou subjetividades alternativas acerca de tal indivíduo, proponho analisar a personagem Francis Xavier Enderby, protagonista do romance autobiográfico Enderby por dentro, do escritor inglês Anthony Burgess, como sua subjetividade alternativa. Ademais, proponho uma leitura baseada em questões relacionadas à noção de abjeção. Entendo que a escrita de ficções autobiográficas possa ser um exercício através do qual um dado autor tente reconhecer lados de sua subjetividade que não gostaria de assumir como parte integrante de seu eu, ou uma tentativa de assenhorear-se de experiências desagradáveis ou traumáticas pelas quais passou, ou seja, uma busca por lidar com seu lado abjeto. Seguindo tal premissa, apresento comparações entre a auto-imagem construída por Anthony Burgess em sua autobiografia e a personagem ficcional acima referida.
